Chegamos ao final de mais um ano? Não! Chegamos ao final do ano 2020!

Por Denise de Moura - 22/12/2020

Não foi “mais um ano” para ninguém neste mundo. Catástrofe anunciada no final do ano passado, trouxe desespero, medo, insegurança, tristeza, muita apreensão e sentimento de impotência, até mesmo para os mais renomados profissionais da área da saúde.

Empresas fecharam, hospitais lotaram (e ainda continuam lotados), perdemos parentes, amigos, amigos de amigos e, hoje, conhecemos pelo menos três pessoas ao nosso redor que tenham sido infectadas pela COVID-19.

Talvez você esteja esperando um texto otimista, dizendo que aprendemos muito com tudo isso. Claro que aprendemos. Descobrimos potencialidades que jamais imaginaríamos que tivéssemos. A resiliência não virou clichê, como muitos preconizaram no início do ano. Esta competência tem sido nossa companheira diária, tanto na vida pessoal como na profissional. Superamos, a cada dia, um obstáculo.

Quem aqui já não achou que estivesse infectado pelo menos umas 5 vezes durante estes 9 meses de confinamento? E esta crença acabou trazendo sintomas físicos? E depois de achar tanta coisa, achou melhor pensar em coisas melhores?

Quem aqui ficou doente, com sintomas leves ou até mais graves e, hoje, superada a doença, se sente mais fortalecido com tudo isso?

Quem aqui optou por não assistir mais ao noticiário, porque a cada notícia, batia um sentimento de tristeza avassaladora? E, então, passou a assistir temporadas, começou a tocar um instrumento, aprendeu a cozinhar, fez ginástica pela internet, aprendeu a pintar, fez um trabalho social, iniciou um MBA online, começou a achar os cabelos brancos um charme, e tantas outras coisas?

Quem aqui foi demitido, já se recolocou, ou ainda está buscando, esperançosamente, uma nova oportunidade, fazendo cursos online e se preparando para um futuro ainda incerto?

Quantas empresas mudaram produtos, processos e serviços, para atender a uma nova demanda que não estava escrita em nenhuma visão estratégica organizacional?

Quantas empresas têm lutado, diariamente, para manter o seu pessoal trabalhando?

Tudo isso é resiliência. É a forma que encontramos para superar vulnerabilidades não previstas, com as ferramentas disponíveis em mãos.

Muitas pessoas aprenderam e têm aprendido muito nesta pandemia mas, infelizmente, outras ainda precisarão aprender com as adversidades.

A cada final de semana com sol, vemos praias lotadas, bares cheios, dezenas de pessoas sem máscaras nas ruas.

Quem já não escutou a frase:

“Já tive COVID-19, não pego mais”. E se pegar novamente? E se for assintomático? E se passar para milhares de pessoas a sua volta? Já pensou sobre isso?

Você pode me convencer que é enlouquecedor ficar em casa. Claro que é. Você descobre que o seu vizinho gosta de trocar os móveis de lugar 24h por dia; que a reforma do outro vizinho só vai acabar em 2023; ou que o barulho do elevador, subindo e descendo, o está deixando maluco e você nunca havia percebido que o elevador é próximo ao seu apartamento.

Saia de casa se achar que isso lhe fará bem, mas o faça com empatia e responsabilidade. Coloque máscara, face shield, leve álcool gel na bolsa, respeite a sinalização de distanciamento encontrada nos bancos, supermercados, lojas etc.

Leve uma máscara extra na bolsa. Se alguém, por exemplo, lhe pedir comida na rua, e esta pessoa estiver sem máscara, compre uma quentinha (se você tiver condições) e entregue junto com a máscara. Peça a ele que se proteja, pois está muito vulnerável.

A praia estará lá quando tudo acabar. Os bares estão entregando cerveja gelada em casa e você ainda contribui com os entregadores. Muitas lojas estão vendendo pela internet ou por aplicativos.

Precisamos ter mais empatia com o colega do lado, com centenas de famílias que foram destruídas por este vírus, com as pessoas que, de fato, precisam sair às ruas para trabalhar e, sobretudo, com os profissionais de saúde, que correm riscos diariamente para nos salvar.

Empatia não é apenas se colocar no lugar do outro. Você conseguiria se colocar no lugar de uma mãe que perdeu o filho para este vírus? Muito difícil. Empatia é respeitar o outro e compreender suas dificuldades e necessidades. É entender que você, com o seu comportamento, pode fazer toda a diferença, tanto positivamente, como negativamente. A escolha é de cada um de nós.

O que eu desejo para 2021?

... mais profissionais recolocados;

... mais líderes de empresas, fazendo a diferença diariamente para os seus funcionários;

... mais empatia e humanidade;

... mais questionamentos como: “o que estou fazendo para melhorar o mundo”?

... e, claro, a cura deste vírus!

Um saudável 2021 para todos nós!